O grande problema da crítica está em quem critica. Precisamos aprender a criticar.
O terma “crítica construtiva” é um pouco complicado, primeiro, porque a maioria das pessoas que criticam não o fazem de forma realmente construtiva.
Segundo, porque se você convive com pessoas de um grupo/ministério/movimento/pastoral/comunidade onde a harmonia depende do coletivo, deve estar preparado para receber críticas e dar críticas. Infelizmente, a grande parte das pessoas não estão preparados para nenhum nem outro.
É normal querer ser simpático e evitar ferir os sentimentos das pessoas. Dá para entender que alguém se sinta mal ao receber uma crítica. Precisamos estar abertos às críticas, seja para dar ou receber. Não é fácil, mas precisamos implantar a cultura da crítica não só na Igreja e sim na vida com um todo.
A crítica é a melhor — em muitos casos a única– maneira de enxergar os nossos defeitos, aqueles defeitos que não sabíamos que tínhamos ou víamos de maneira distorcida da realidade. Todo mundo tem defeitos. Ter alguém que lhe diga que você é muito fechado, ou que você fala demais nas reuniões; é valioso. O problema é que as pessoas só costumam falar isso em três situações: 1) Quando é seu coordenador; 2) A situação está insustentável; 3) Quando é seu amigo. E, mesmo assim, coordenadores e amigos costumam adiar até ficar insustentável.
Quantas e quantas pessoas não abrem à boca em reuniões, mas criticam ao colocar o pé para fora da sala. O pior é que essas críticas poderiam ajudar o grupo/ministério/movimento/pastoral/comunidade etc a criar algo melhor, mas as pessoas não falam; seja por não se sentir confortável, por não querer ofender o trabalho do colega ou mesmo porque não vai com a cara dele. Existe uma coisa pior do que criticar: ver algo fracassar e não fazer nada.
Aqui vão algumas dicas de um especialista:
1. Peça permissão. Antes de sair metralhando, pergunte “posso dar minha opinião?”. Isso irá preparar a pessoa para receber uma crítica ou elogio, e evitará ser pego de surpresa.
2. Não rodeie. Ultrapassada a barreira de abrir a boca, seja claro e não floreie com elogios. Concentre-se no problema, não na pessoa. Começar uma crítica citando os pontos positivos irá minimizar a importância da crítica.
3. Faça com freqüência: Não criticar nunca tem outro problema, quando se faz, a crítica parece mais negativa. O ideal é criar a cultura do feedback*, em que as pessoas sintam-se livres para dar suas opiniões uns para os outros sem se ofender ou levar para o lado pessoal.
Em algum momento, crítica se tornou sinal de algo nocivo, assustador e pessoal. As pessoas até passaram a chamar de “crítica construtiva” quando ela parece mais positiva. Fato é que toda crítica deve ser bem-vinda, pois em muitos casos é a única maneira de melhorar o nosso trabalho e as nossas atitudes.
· *Feedback (retorno de informação ou, simplesmente, retorno) é o procedimento que consiste no provimento de informação a uma pessoa sobre o desempenho, conduta, ou ação executada por esta, objetivando reorientar ou estimular comportamentos futuros mais adequados.
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