Desde pequena eu via vultos, espíritos, panelas batendo, tinha medo e sempre me sentia a ovelha negra.
Passei minha adolescência nas baladas, bebidas e muitas drogas. Chegando aos meus 18 anos me apaixonei por um garoto que tinha más amizades, ele e seus amigos experimentaram vários tipos de drogas, mas a que eles mais usavam e questionavam se fazia mal era a maconha, daí fiquei cega pois queria ser igual a eles.
Eu precisava ter aquele garoto pra mim, daí começei a andar com um dos amigos dele, fumei meu primeiro baseado e então me viciei.
Nas gravações que meus amigos faziam, eu não me reconhecia, então eles queriam que eu ficasse sempre com eles, não deixando eu até mesmo ir para as aulas na escola, ao ponto de quando eu querer assistir, eles pegarem minhas coisas e me arrastarem.
Começei a frequentar reggae, fazer loucuras, e finalmente consegui ficar com o meu amado, depois começamos a namorar e fiquei obsessiva. Eu amava mais ele do que minha própria família, chegava a fazer loucuras quando eu ficava com ciúme. Brigava, fazia escândalos, cheguei até mesmo me jogar na pista e ficar horas na chuva e sair de lá apenas quando ele fosse me buscar.
Lembro que esse dia foi horrível, eu quase desmaiava tendo uma crise de hiportemia. Minha amiga ficava batendo na minha cara para eu não desmaiar.
Depois de um tempo ele viajou por um ano, foi onde eu me afundei mesmo e descobri que tinha uma doença que não tinha cura chamada HPV. Passei tempos sem sair de casa chorando dia e noite tendo pesadelos, desmaios e ouvindo vozes.
Era um tormento, não conseguia tratamento e morria de medo de ter um câncer. Passado alguns dias, conheci duas amigas que foram meu fim de poço, elas fumavam muita maconha e só andavam com meninos também, lembro da rodinha que a gente participava tinha mais de 10.
Cheguei ao extremo de querer me matar, de acabar com tudo, nada fazia esqueçer meus problemas e nem o homem que eu amava. Então aceitei o convite da minha amiga de ir no Ministério Jovem , mas eu tinha vergonha e me escondia dos meus amigos, com o passar do tempo não tive mais vontade de fumar e de fazer loucuras.
Eu era como a maioria dos jovens de hoje em dia, passa a maior parte do tempo de frente ao computador. Foi assim que conheci o SOS Jovem, que me ajudou me orientando e sempre estando presente quando precisava desabafar e de forças.
Hoje sou uma jovem feliz, que tem sonhos e que sabe que pode conquistá-los. Me livrei de todos os vícios e fui curada até mesmo da doença que diz-se que é incurável. Não ouço mais vozes e durmo traquilamente.