-= ARTIGO =- Juventude caminho aberto (Pe. Jair Fante)

“Há que se cuidar do broto pra que a vida dê flor e fruto”... Contemplada na música Coração de Estudante, do grande poeta e compositor mineiro Milton Nascimento, esta frase concentra em si a expectativa e o cuidado que se deve ter para com uma geração. Pode-se afirmar com segurança que a juventude é um “caminho aberto”, e que, chegar ao destino certo é uma questão de conteúdo e metodologia. Quem não sabe para onde vai não chega ao destino previsto. Alias, já dizia Sêneca, poeta e senador da Roma antiga, que “não basta o vento favorável se o barco desconhece a direção do porto”.

Nesta semana está acontecendo em Madri, na Espanha, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), iniciada pelo Papa João Paulo II e amparada pela Igreja Católica no mundo inteiro. Tive a alegria de participar da edição que aconteceu em Paris em 1998, ocasião dos meus estudos na França. A cada edição, e acontece de 3 em 3 anos em um país diferente, são aproximadamente 3 milhões de jovens que se deslocam num fantástico intercâmbio cultural e religioso. A presença do Papa e de milhares de outros líderes religiosos e sociais do mundo todo dá a tonalidade e a dimensão do evento. A próxima edição da JMJ será no Rio de Janeiro em 2013.

A previsão é de 4 a 5 milhões de jovens deslocando-se para o Brasil.
O Brasil tem hoje aproximadamente 50 milhões de pessoas entre 14 e 30 anos de idade, sendo a maior juventude de todos os países do mundo. Basta olhar nossas escolas e universidades para sentir esta força juvenil. O Mato Grosso não é diferente. Olhar centenas de jovens concluindo seus cursos na Unemat nestes dias é encantador. Muitas coisas boas estão sendo feitas pelos jovens e a favor dos jovens, mas sabemos também que ainda temos muito por fazer.

Um grande desafio hoje no Brasil é o desrespeito à vida, pois, nosso país é o 5° do mundo em mortes de jovens.
A juventude é um caminho aberto e a Igreja Católica acredita no grande potencial de criatividade, dinamismo e força renovadora presente no mundo juvenil, pois sabemos que o presente e o futuro estão nas mãos dos jovens.

Vivemos num tempo marcado pelo pluralismo de valores e de idéias, por contradições nos diferentes âmbitos da vida, por desigualdades de diversas espécies, por mudanças e transformações rápidas gerando, às vezes, perplexidade e desorientação. Em momentos assim, não podemos ter medo de retomar, com nossos jovens, elementos fundamentais para produzir “flor e fruto”, tais como: a descoberta de seus próprios valores, o respeito pelos outros, aí incluso, a família, a escola e a sociedade, além, da óbvia e confiante relação com Deus. Desprover os jovens destes elementos é como enviar, à guerra, soldados despreparados para a luta. A JMJ é um combustível precioso para que o barco juvenil chegue ao porto desejado.

Pe. Jair Fante
Coordenador da Diocese de Cáceres – MT

Fonte: http://www.diocesedecaceres.com.br